Nos primeiros quatro meses de 2024, a Century 21 Portugal registou uma faturação superior a 31
milhões de euros, o que traduz um crescimento de 18% na comparação com o período
homólogo.
Estes indicadores positivos contrariam as perspetivas iniciais de resistência nas transações
imobiliárias no arranque do ano e confirmam o otimismo que se viveu neste quadrimestre, com
a economia portuguesa e o mercado imobiliário a darem uma boa resposta.
“O mercado de emprego dinâmico, a perspetiva de descida das taxas de juro e a procura
internacional estável estão a dar confiança ao mercado, registando-se já, por exemplo, um
aumento superior a 4% no número de transações residenciais nos primeiros três meses do ano em
Portugal e 6% na rede CENTURY 21, em comparação com o primeiro trimestre de 2023. Estas
condições favoráveis sugerem que o mercado habitacional em 2024 poderá superar as
expectativas iniciais, mostrando um crescimento sustentável ao longo do ano”, começa por
explicar Ricardo Sousa, CEO da Century21 Portugal.
O crescimento da facturação foi acompanhado por uma ligeira subida de 2% do volume de
vendas em que a rede esteve envolvida, agora nos 1 123 milhões de euros, em linha com o total
de transações de vendas da Century 21 Portugal (5896 imóveis), que assinala desta forma uma
subida de 6%.
A capacidade de adaptação ao contexto atual por parte dos agentes da CENTURY 21, permitiu
ainda observar um aumento de 10% do total de arrendamentos: 1705 em comparação com os
1555 registados no 1.º quadrimestre de 2023.
“Sabemos que o mercado e o comportamento dos consumidores está a alterar-se de forma
muito rápida e por isso temos vindo a adaptar-nos. A agilidade tem sido mesmo o fator-chave
para ultrapassarmos o atual contexto e ficamos muito satisfeitos por terminamos o primeiro
quadrimestre com todos os nossos indicadores positivos, quando comparados com o período
homólogo. Na rede Century 21 mantemo-nos determinados em dotar os nossos agentes com os
sistemas e conhecimento necessário para melhor servir as necessidades dos nossos clientes
proprietários, compradores, inquilinos e investidores”, sublinhou Ricardo Sousa.
Destaque também para a descida do preço médio de venda de imóveis, que caiu 4% quando
comparado com o primeiro quadrimestre de 2023, situando-se agora nos 190 592€.
“Estes números demonstram que a elasticidade da procura nacional chegou ao seu limite e que
o poder de compra está a limitar as escolhas dos portugueses, que optam por casa menores,
nas zonas periféricas do centro e nas zonas suburbanas”, concluiu o CEO da Century 21 Portugal.
OS DESAFIOS DO SETOR E O PROGRAMA DO GOVERNO PARA A HABITAÇÃO
As políticas habitacionais recentemente propostas pelo Governo do primeiro-ministro, Luís
Montenegro, merecem uma análise meticulosa para assegurar que sua implementação reforce
efetivamente os pilares de sustentabilidade, evolução demográfica e justiça social.
O país enfrenta uma persistente crise de acesso à habitação, que exige soluções tanto estruturais
quanto temporárias. No geral, existe um alinhamento significativo entre as propostas do
Programa do Governo e a visão de longo prazo da CENTURY 21 Portugal para abordar os desafios
do setor.
Contudo, é agora necessário conhecer em detalhe as especificidades de cada proposta e
executá-las, contando com uma estratégia que integre três eixos de ação:
• Sustentabilidade: O foco deve estar centrado em processos construtivos e iniciativas que
respeitem os limites ecológicos, promovendo eficiência energética e o uso sustentável
dos recursos;
• Demografia: O planeamento urbano deve antecipar e responder às mudanças
demográficas, como a concentração urbana e o envelhecimento da população. A
adaptação das infraestruturas habitacionais para atender às necessidades de uma
população diversificada é essencial para o sucesso de longo prazo;
• Equidade: É fundamental garantir que todos os segmentos da população tenham acesso
a habitação adequada e a preços acessíveis. Isto implica uma distribuição justa dos
recursos habitacionais e a promoção de políticas que eliminem as barreiras ao acesso à
habitação.
Neste sentido, a cooperação entre o setor privado, os diferentes ministérios e o poder político
serão cruciais para transformar estes desafios em oportunidades.
Embora seja ainda precipitado tirar conclusões até que todas as medidas sejam conhecidas em
detalhe, a Century 21 Portugal mostra-se preocupada com a falta de horizonte temporal para
implementação de algumas medidas, como por exemplo a aplicação do IVA a 6% na
construção nova, bem como a aprovação do novo código de construção, que pode provocar
uma suspensão de início de novos projetos que ficam à espera de ‘luz verde’ para avançar.
É importante assinalar também que para melhorar o acesso à habitação e, em simultâneo,
apoiar os jovens na compra da sua primeira casa, a Century 21 Portugal defende uma estratégia
multidimensional:
• Mobilidade urbana: modernizar e expandir as linhas de metro e comboio, especialmente
na área metropolitana de Lisboa. Dar prioridade à expansão em áreas como Loures (linha
violeta) e as previstas linhas LIOS (Linhas intermodal sustentáveis). É também necessário
melhorar e ampliar as linhas urbanas da CP, em particular a linha Norte para chegar mais
longe (50/70km) e para facilitar o acesso a habitações mais acessíveis fora do centro,
aproximando o local onde podemos viver do local onde trabalhamos/estudamos;
• Revisão dos PDM e código de construção: Flexibilização das limitações de ocupação dos
solos, densidades urbanísticas (incluindo construção em altura) e exigências e requisitos
construtivos, bem como a possibilidade de aumento dos perímetros urbanos, garantindo
uma utilização do território de forma sustentável e socialmente coesa e harmoniosa;
• Habitação pública: Deve ser prioritário para o governo e autarquias aumentar a oferta
de habitação pública para dar resposta a famílias e jovens mais carenciados. A
habitação pública é um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e
equilibrado do país;
• Simplex urbanístico: Implementar e aperfeiçoar este programa para aumentar a oferta
de nova construção, garantindo segurança jurídica, proteção do consumidor e agilidade
no processo;
• IVA a 6% na construção nova: A redução do IVA para a construção nova a 6% é uma
iniciativa positiva que deverá diminuir os custos de construção e incentivar o
desenvolvimento de novos projetos habitacionais, aumentando a oferta no mercado.
Será também necessário refletir e combinar esta medida com outros incentivos fiscais
temporários que possam ser concedidos a quem compra habitação própria
permanente, garantindo assim que a poupança fiscal chega ao cliente final (as famílias);
• Apoio aos jovens: acelerar e reforçar as medidas de apoio aos jovens no acesso à
habitação, mas também nos inventivos às empresas para melhorarem as condições de
trabalho e remuneração do talento português.